Review | 7’scarlet
Desenvolvedora: TOYBOX Inc., Intragames, Idea Factory
Publicadora: Aksys Games
Gênero: Otome Game
Data de lançamento: 15 de maio de 2025
Preço: R$ 289,15
Formato: Digital/Físico
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Aksys Games.
Revisão: Manuela Feitosa
Quando a Aksys Games traz algum jogo novo da grande pilha da Otomate, eu nunca sei o que esperar. Afinal, são tantos jogos com artistas e roteiristas também completamente diferentes que chega a ser quase que assustador como cada lançamento deles difere.
7’scarlet é o nosso último jogo diretamente lançado como parte da label “Otomate Graffiti”, a linha da desenvolvedora em relançar jogos antigos no Nintendo Switch. Ou seja, a questão é: Vale a pena você jogar esse jogo novamente? Ou talvez no meu caso, pela primeira vez?
Conheça os personagens

Ichiko Hanamaki
Voz: N/A
Uma garota normal no seu segundo ano da faculdade. Seu irmão mais velho desapareceu misteriosamente, e então junto com seu amigo de infância Hino, ela pega um ônibus para Okunezato, esperando poder saber mais sobre o que aconteceu com o seu irmão.

Hino Kagutsuchi
Voz: Nobunaga Shimazaki
Amigo de infância da protagonista e líder do clube de futsal da faculdade. Ele é uma pessoa bem otimista e odeia perder. Muitas garotas já confessaram seu amor por ele, mas ele sempre as recusa gentilmente, dizendo que ele já tem alguém que ele gosta. Secretamente gosta de coletar itens bonitinhos, o que deixa ele envergonhado quando alguém o pergunta sobre o assunto.

Isora Amari
Voz: Tetsuya Kakihara
Um chefe que trabalha temporariamente no Fuurin Cafe do hotel de Okunezato. Ainda no ensino médio, Isora já possui sua licença de chef, mas mesmo assim, ele visa estudar técnicas culinárias do mundo todo, para que ele seja o melhor patissier do mundo.

Toa Kushinada
Voz: Morikubo Showtaro
Um rapaz misterioso que ama filmes, gibis e gatos. Ele possui uma certa dificuldade em interagir com outras pessoas, e procura evitar fazer contato direto. Toa é muito desastrado e possui um grau de miopia bem agudo, tropeçando até com o ar. Ele sempre veste o seu dotera kimono favorito, mesmo no verão.
NOTA: Para liberar a rota do Toa, é necessário jogar a rota do Isora OU do Hino e pegar o GOOD ENDING em uma das duas.

Sosuke Tatehira
Voz: Chiharu Sawashiro
Um estudante de medicina que a protagonista encontra numa livraria. Ele sempre resolve problemas com razão, e talvez por causa disso, Sosuke tem absolutamente zero senso de humor. Seu passatempo envolve conseguir “licenças secretas”, das quais possui 64 no momento. Ele também está sempre na internet procurando por items em leilão.
NOTA: Para liberar a rota do Sosuke é necessário jogar a rota do Toa e pegar o GOOD ENDING.

Yuzuki Murakumo
Voz: Shin’ichirou Miki
Dono do Hotel Fuurinkan e filho da notável família Murakumo. Apesar de ter uma ótima habilidade, Yuzuki é terrível em cooperar em equipe, com muitas pessoas falando o quão difícil que é lidar com a sua atitude.
NOTA: Para liberar a rota do Yuzuki, é necessário jogar a rota do Sosuke e pegar o GOOD ENDING.
Em busca do irmão perdido
Nossa história de 7’scarlet começa com Ichiko Hanamaki, uma garota cujo irmão infelizmente havia desaparecido após investigar o pequeno vilarejo de Okunezato, que possui uma série de rumores sobrenaturais que acontecem lá. Junto com um de seus colegas, Hino Kagutsuchi, Ichiko decide ir se encontrar com o Clube Supernatural para ver se eles possivelmente conseguem resolver os mistérios de Okunezato, e encontrar pistas sobre o que realmente aconteceu com o irmão dela.
Os dois vão ao Fuurinkan Hotel, cujo proprietário vem de uma família muito prestigiada em Okunezato, a ponto de que tudo que eles falam quase que vira lei. E lógico, há muitos rumores, como a flor que é capaz de trazer uma pessoa que morreu de volta à vida, o misterioso caso do “mascote” da cidade, o Okune Panda, e a misteriosa montanha que não é permitido a entrada…isso me lembrou muito o 9 R.I.P., só que ao invés do tom cômico, 7’scarlet tem um tom mais sombrio na sua história.

Pessoalmente, eu não gostei muito do fato que muitas rotas ficam simplesmente trancadas ao jogador. Por exemplo, no seu primeiro gameplay, apenas o Isora e o Hino estão disponíveis, e eu devo dizer que eu nunca gostei muito de otome games que limitam o jogador em escolha de rota desse jeito. Porém, o motivo que trancam certas rotas motiva o jogador a continuar. Após conseguir o fim de uma rota, o jogo te coloca várias perguntas que ainda não foram respondidas, como um certo “ei, quer saber mais? continue lendo todas as rotas”.
Isso é uma ideia que tinha muito potencial, mas muitos dos “mistérios de Okunezato” que o jogo menciona também praticamente só são comentados talvez uma vez, e depois o plot sequer decide dar um desfecho a eles, algo que eu realmente achei uma oportunidade desperdiçada. E pior: isso também se estende ao romance. Em certas rotas parece que ele chega quase que do nada. Eu sinceramente acho que 7’scarlet podia ter feito um pouco mais para deixar o romance desabrochar, pra evitar esse sentimento de que tudo acontece “do nada”, ou pelo menos esses aspectos do plot que deixam ele bem perfuntório, por assim dizer.

Apesar disso, 7’scarlet possui talvez os cenários mais bonitos de otome game que eu vi até então. A Otomate adicionou um monte de efeitos novos, deixando cada cena bem mais viva, especialmente na tela do Switch OLED. Porém, talvez pela primeira vez nos muitos anos que eu joguei otome games, nenhum dos rapazes me interessou no começo. Por trás do pincel, nós temos a mesma designer da série UtaPri (uma série que eu desejo ver no ocidente até hoje, acreditem), mas sendo sincero, eu acabei gostando muito mais dos personagens secundários MAIS do que os primários, e isso é bizarro de se pensar, mas é verdade.
A mesma tradução que o PS Vita, dos males o melhor…
É importante saber que 7’scarlet já havia sido lançado para PS Vita pela Aksys anteriormente em 2016. Esta versão no Switch é baseada no 7’scarlet for Nintendo Switch, que foi originalmente lançado como parte da linha de títulos que a Otomate chama de “Otomate Graffiti”, que consiste de jogos antigos que são relançados na plataforma do Nintendo Switch com algumas mudanças para a plataforma, porém mantendo a experiência como ela era no Vita.
Em relação à qualidade da tradução, 7’scarlet possui muitos trocadilhos com a língua japonesa, e eu gostei bastante do jeito que os tradutores (ou talvez deva colocar isso no singular, pois pelo que pude ver pelos créditos, apenas uma pessoa traduziu todo o diálogo), lidou com o diálogo. Por exemplo, em uma cena, há um trocadilho onde um dos personagens simplesmente troca as palavras de uma maneira proposital, e a tradução em inglês resolveu isso colocando as palavras “rove” (que significa perambular) com “love” (que significa amor).

Apesar disso, essa tradução é praticamente IDÊNTICA à que foi usada na versão do PS Vita, e por causa disso os erros de digitação que estavam naquela versão continuam presentes, pois a Aksys só se deu o incômodo de mudar a fonte, e só. É uma pena, especialmente considerando que são erros tão pequenos que poderiam ter sido facilmente arrumados nessa versão.
Já que estamos no assunto da versão do PS Vita, efeitos novos foram adicionados para cenas onde ocorre chuva, deixando o cenário bem mais vivo, e agora os personagens mexem a boca quando estão falando. A fonte nova que foi escolhida para este release é bem fácil de se ler também. Talvez a única coisa que eu não gostei de 7’scarlet é com certeza a total falta de uma flowchart ou uma barra indicando qual é o seu grau de afeto com os rapazes. Considerando que a Otomate fez essas diversas mudanças nessa versão do jogo, eu esperava um pouco mais.

Um jogo decente que mostra sua idade
7’scarlet é um otome game… decente, por assim dizer. Eu tenho uma relação de amor e ódio, pois a história consegue trazer um ar de suspense, mas com certeza não ao ponto de ser algo tão bom, especialmente considerando que muitos pontos do plot simplesmente acabam não tendo uma conclusão própria. O romance também não chega a ser lá essas coisas, mas uma salva de palmas precisa ser dada aos cenários, pois eles foram um dos mais bonitos que já vi, como havia comentado.
Agora, se você já jogou pela versão de PC ou até mesmo a versão lançada originalmente no Vita, não existe muitos motivos para readquirir o jogo no Nintendo Switch, visto que não só a tradução ainda possui os mesmos errinhos do Vita, como também os aprimoramentos que foram feitos para esse release meio que não justificam muito.
Pros:
- Versão para Switch com aprimoramento de gameplay;
- Um dos cenários mais bonitos que já vi em um Otome Game.
Contras:
- A narrativa possui muitos pontos sem um próprio desfecho;
- Muitas rotas são trancadas no começo, limitando o jogador de escolhas.
Nota
7,5
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